A organização ingressou no Programa de Assessoria a Negócios Comunitários em 2020, a partir da Linha de Crédito Emergencial do Plano de Resposta à Covid-19. Desde então, a parceria já avançou para uma segunda originação de crédito
A Conexsus pegou o famoso rio Andirá, um dos principais afluentes do rio Amazonas, e desembarcou em Barreirinha (AM), entre os dias 29 de março e 01 de abril, para uma visita técnica ao Consórcio dos Produtores Sateré-Mawé (CPSM), na aldeia Umirituba, Terra Indígena (TI) Andirá-Marau.
Localizada nas divisas dos estados do Amazonas e do Pará, a TI foi a primeira a receber do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a indicação geográfica*, em 2020, pela tradição no cultivo do Waraná (guaraná nativo) e do pão de Waraná (bastão de guaraná).
Filhos e guardiões do Waraná, os Sateré-Mawé domesticaram a trepadeira silvestre e criaram o processo de beneficiamento da planta, possibilitando que hoje a fruta seja conhecida e consumida no mundo inteiro. Além do guaraná, possuem ainda a certificação para outros 12 produtos da floresta amazônica, manejados em sintonia com o seu projeto de etnodesenvolvimento.
O Consórcio, que representa aproximadamente 380 famílias, ingressou no Programa de Assessoria a Negócios Comunitários da Conexsus em 2020, a partir da Linha de Crédito Emergencial do Plano de Resposta à Covid-19. Desde então, a parceria já avançou para uma segunda originação de crédito.
Na visita técnica, a Conexsus participou como ouvinte na assembleia para a eleição da nova diretoria do Consórcio, onde apresentou a Conexsus e a linha do tempo de ações desenvolvidas pelo Programa de Assessoria a Negócios Comunitários com a CPSM, entre elas: a gestão do território e organização da produção, qualificação da gestão financeira e ações para melhor incidência no mercado internacional.
As atividades se encerraram na sede do CPSM, em Parintins (AM), a 42 km de Barreirinha, onde – junto de parte da nova diretoria do Consórcio e do presidente do Conselho Geral da Tribo Sateré-Mawé – foram eleitas as prioridades para o plano de ação a ser trabalhado pelo programa.
“A visita foi muito importante para criar aderência nas ações construídas com apoio da assessoria, sempre com olhar conjunto e transversal ao planejamento e com uma gestão financeira capaz de garantir as operações do Consórcio, alinhadas ao projeto de etnodesenvolvimento do povo Sateré-Mawé, mobilizando parceiros para uma agenda de fundamental importância: apoiar o ecossistema de negócios comunitários dos/pelos povos originários de forma autônoma”, destaca Luciana Marcolino, assessora de negócios comunitários da Conexsus, responsável por colaborar com a CPSM.
O programa de Assessoria a Negócios Comunitários reúne as ações de assessoria individualizada às organizações que visam acessar financiamentos pela Plataforma de Finanças da Conexsus.
O programa foi constituído em 2020, inicialmente conectado ao lançamento de uma linha de crédito emergencial – no contexto do Plano de Resposta à Covid-19, tendo atendido desde então a mais de 90 negócios comunitários.
O programa conta com o apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, em inglês), da Plataforma Parceiros Pela Amazônia (PPA), da Aliança Clima e Uso da Terra (CLUA, em inglês), do Fundo JBS pela Amazônia e do Fundo Vale.
*A indicação serve para apontar a origem geográfica para um produto ou serviço. É conferida a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, que detêm valor intrínseco, identidade própria, o que os distingue dos similares disponíveis no mercado.