8M: o protagonismo das mulheres do campo

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No dia de hoje, o planeta celebra as conquistas sociais, políticas, econômicas e culturais das mulheres do mundo. A data do Dia Internacional das Mulheres está ligada à luta feminina por igualdade de direitos, melhores condições de trabalho e participação igualitária na sociedade.

Muito além de celebrar as conquistas que nos trouxeram até aqui, também é o momento de conscientizar sobre as desigualdades de gênero que persistem na sociedade, com disparidades salariais, acesso desigual à educação e oportunidades limitadas.

Por esse motivo, a data desempenha um papel crucial na promoção da igualdade de gênero, no reconhecimento das contribuições das mulheres para a sociedade e na inspiração de mudanças positivas em direção a um futuro mais inclusivo e equitativo.

Felizmente, ao longo dos anos, as mulheres têm ganhado cada vez mais espaço em ambientes predominantemente masculinos, como no campo e na agricultura familiar, como é o caso das mulheres que atuam na sociobioeconomia.

Para a Gerente Administrativa e Financeiro da CAMPPAX, Solange Ferreira Feitosa, “A valorização do trabalho vem crescendo. Há alguns anos, as mulheres ficavam à sombra dos maridos, dos produtores, dos pecuaristas, seja qualquer tipo de biodiversidade que a gente fala. Mas isso vem ganhando peso. Hoje a gente vê que muitas ONGs, empresas, organizações têm se preocupado e valorizado um pouco mais o trabalho das mulheres. Principalmente no nosso trabalho, a gente precisa muito dessa questão das mulheres e elas estão ali ao lado dos maridos, tanto desde a colheita, até as anotações dos custos da renda da família e elas estão ali fortalecendo o trabalho e somando”.

Josiane Aparecida Ramos Amorim é Diretora financeira da cooperativa Grande Sertão e conta um pouco da relevância do cargo que ocupa: “A importância de estar na gestão da Cooperativa é muito mais pessoal. Para mim, é um ganho tudo que eu aprendi até hoje. Foi muito importante para mim. Eu também acho importante nós mulheres, cada vez mais nos sentir capacitadas para ocupar esses espaços e para ajudar a construir, a organizar, os espaços em que muitas vezes só são ocupados por homens. Já está no tempo que a gente pode e deve acreditar que somos capazes de também estar contribuindo. Não excluindo os companheiros, mas contribuindo junto com eles para uma melhor organização desses espaços”.

Para Josiane, incluir mulheres em cargos predominantemente masculinos é essencial para abrir espaço para outras colegas: “As mulheres que trabalham, que tem esse papel nas cooperativas, contribuem mostrando as possibilidades de que somos capazes e de que as mulheres podem estar aonde elas quiserem, contribuindo para o bem comum de todos”.

Segundo Josiane, a sociobioeconomia é fundamental para as mulheres que trabalham com a agricultura familiar: “A sociobioeconomia é muito importante para as mulheres na forma em que elas podem aproveitar aquilo que têm em suas regiões. A gente tem N possibilidades e isso traz para elas, em primeiro lugar, uma independência financeira, um olhar diferente. Quando elas começam a aproveitar as suas riquezas naturais e respeitar o meio ambiente, coletando esses produtos, conseguem almejar algo maior para o bem comum da família”.

Gracionice Costa da Silva Correa, presidente da cooperativa MANEJAÍ e presidente da associação ATAAP, afirma que o trabalho da Conexsus junto às cooperativas fortalece a organização social comunitária e institucional. “ Considero o trabalho da Conexsus como uma modalidade de governança através de uma modalidade de política pública, chegando a comunidade mais distante, à família e às pessoas mais isoladas das informações e de acesso a uma política pública. Por exemplo, a questão do acesso ao crédito, que valoriza o meio ambiente, cuidando dele e valorizando a mão de obra familiar, mas levando às famílias a oportunidade de acessar o crédito, principalmente as mulheres. É um processo de inclusão. Uma política inclusiva, uma política de fortalecimento, e de também combate à violência contra a mulher porque quando se insere a mulher no sistema financeiro, no sistema produtivo, no sistema de mercado e no sistema de negócios, a mulher deixa de ser invisível”.