Apoiar negócios comunitários do campo e da floresta conserva a biodiversidade

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Aproveitamos o Dia Internacional da Biodiversidade para lançar, em 2018, o Desafio Conexsus, uma grande ação em rede para ativar o ecossistema de negócios sustentáveis. Modelamos e testamos muitas estratégias para fortalecer cooperativas e associações do campo e da floresta, ajudando-as a se tornarem mais estruturadas e rentáveis, e conectadas a cadeias produtivas mais justas.

Dois anos depois, o tema escolhido pela ONU para celebrar a biodiversidade não poderia estar mais conectado com a missão e visão que nos mobilizam desde o começo: nossas soluções estão na natureza.

Quatro milhões de pessoas vivem do extrativismo no Brasil. Na Amazônia Legal, um milhão de pessoas vivem do que a biodiversidade oferece, manejando a floresta de forma sustentável. São milhares de cooperativas e associações construídas em torno de produtos como castanha-do-brasil, açaí, baru, borracha, cacau, cupuaçu, mandioca e muitos outros. Eles geram impacto positivo na conservação da biodiversidade e fazem parte da identidade cultural de povos e comunidades tradicionais.

Na Conexsus, nós acreditamos que a conservação e a sustentabilidade das nossas florestas e biomas passam por um ecossistema de negócios sustentáveis, inovadores e conectados com os comportamentos de consumo emergentes. É plenamente possível dar escala a estas cadeias de forma justa e sustentável.

Em rede com dezenas de organizações socioambientais, estamos ajudando a estruturar essas cadeias produtivas sustentáveis, criando soluções inovadoras de crédito e construindo relações dinâmicas de parceria entre comunidades e empresas. A transição para uma economia de baixo carbono está ao nosso alcance. Queremos que esse seja o novo normal.

Os resultados do Desafio Conexsus, que divulgamos esta semana, sinalizam não apenas o acerto desse modelo de atuação, mas sua importância neste momento de crise em que o planeta se encontra. A despeito de seu impacto positivo, os negócios comunitários são extremamente vulneráveis e poucos estão preparados para enfrentar os impactos socioeconômicos da pandemia de coronavírus.

A melhor resposta que podemos dar agora é apoiá-los com financiamento, assessoria para o fortalecimento da gestão administrativo-financeira e acesso às principais políticas de crédito público. Colocamos em ação um Plano de Resposta Socioambiental, com nossos parceiros da Unicafes, CNS e Fundo Vale, para dar esta resposta rápida que os negócios comunitários precisam.

Para fazer esta resposta chegar em mais de 500 organizações beneficiadas, diversas organizações vêm se juntando para financiar essa iniciativa, como Instituto Arymax, Instituto GPA, Good Energies e CLUA. Na próxima semana, entraremos na segunda fase de resposta, inaugurando uma linha especial de crédito no Fundo Socioambiental Conexsus para atender a suas demandas emergenciais.

Salvaguardar os negócios comunitários do campo e da floresta e mitigar os impactos econômicos na saúde financeira dessas organizações e sua base de produtores é crucial para achatarmos a curva das emissões de gases efeito estufa e perda de biodiversidade. As soluções estão na natureza e nas milhares de famílias que produzem de forma sustentável no campo e na floresta.

Carina Pimenta – diretora Executiva da Conexsus.