Cocriação ganha espaço em oficina realizada em Curitiba

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Representantes de organizações ligadas ao desenvolvimento socioambiental e ao empreendedorismo se reúnem para desenhar laboratório de desenvolvimento de negócios da região

A oficina reuniu, especialmente, atores ligados à agricultura familiar na região de Curitiba.

Pensar e construir propostas de desenvolvimento conjunto, que levem em conta os interesses e necessidades dos diferentes atores envolvidos e resultem em ações inovadoras, realizadas de maneira cooperada, é uma forma de definir a cocriação. O modelo de construção coletiva em torno de um objetivo foi utilizado durante oficina realizada em Curitiba no dia 19 de novembro. O intuito foi dar os primeiros passos para a cocriação de um laboratório de desenvolvimento de negócios sustentáveis que abranja a capital paranaense e arredores.

Participaram 17 representantes de organizações que atuam no apoio ao desenvolvimento socioambiental, rural, comunitário, o empreendedorismo e desenvolvimento de negócios de impacto socioambiental, relacionadas especialmente à agricultura familiar, que é o nicho mais representativo de produção na região.

O objetivo central foi iniciar o desenho de uma iniciativa local de incubação e aceleração de negócios sustentáveis – que são cooperativas e associações comunitárias, no geral, que contribuem e impactam positivamente o meio ambiente, as comunidades e os territórios em que estão inseridos. “Procuramos colocar na prática um dos pilares do Desafio Conexsus, que é a cocriação. Na oficina, tudo o que foi decidido teve participação direta dos presentes”, explica o diretor-executivo da Conexsus, Valmir Ortega.

Aprendizado

Para um dos representantes do Terraço Verde e da ATERRAH Consultoria, Fábio Henrique Nunes, a oficina foi produtiva no sentido de contemplar as possibilidades e pontos de sinergia de organizações que já estavam dispostas a isso, mas que sentiam falta desse encontro. “O mais importante foi vislumbrar todo o potencial dessas organizações para pensar em conjunto e ir para a prática”, comenta ele.

Fábio Nunes e Nathiele Contrera representaram o Terraço Verde e a ATERRAH Consultoria.

Para o produtor orgânico e instrutor de jardinagem que esteve presente na oficina, Ademar Brasileiro, o principal ponto que deve ser desenvolvido após essa primeira oficina são os Sistemas Agroflorestais (SAFs). Ele presta consultoria nessa área e percebe que a prática ajudaria na produção de maior variedade de frutas, por exemplo. “É possível produzir bastante fruta nessa região de clima temperado além de morango e amora. É preciso começar um nicho de mercado que está em aberto”, explica.

O uso de novas tecnologias para ampliar os horizontes dos agricultores familiares e o compartilhamento de ferramentas a fim de gerar soluções também chamaram a atenção dos participantes. “Cada um foi contribuindo com o que conhecia e vendo quais são as novas possibilidades. Foi citada a ideia de criar um aplicativo para a comercialização, por exemplo. Com articulação e parcerias, isso é possível”, lembra Nathiele Mendes Contrera, também do Terraço e da ATERRAH.

Próximos passos

Por meio da análise de alguns empreendimentos da região cadastrados no Desafio e da divisão em grupos entre os participantes, a oficina buscou engajar parceiros e interessados em contribuir com a criação do laboratório para esse desenho inicial. A partir de então, a ideia é estruturar as ideias coletadas e das habilidades de cada um identificadas em relação à proposta. Está previsto um novo encontro em 2019 para encaminhar as próximas ações práticas.

Ambiente foi de construção e compartilhamento.