Na preparação para a COP30, o Brasil será palco de um dos debates mais estratégicos sobre o futuro das políticas climáticas no Sul Global. Hoje (16), em Brasília–DF, o evento “A Sociobioeconomia como Solução Climática do Sul Global – Rumo à COP30” reuniu representantes de governos, organizações da sociedade civil, movimentos comunitários e instituições internacionais para lançar oficialmente a Declaração Sul–Sul sobre Sociobioeconomia, disponível aqui.
O encontro, realizado pela Conexsus (Instituto Conexões Sustentáveis) e Ambition Loop, com apoio da Climate and Land Use Alliance (CLUA) e Skoll Foundation, buscou consolidar a sociobioeconomia como eixo estruturante da ação climática internacional, conectando práticas territoriais, políticas públicas e mecanismos de financiamento. A iniciativa recebe o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU), no âmbito do Projeto Floresta+ Amazônia.
“A sociobioeconomia é o caminho para valorizar comunidades que conservam florestas e geram soluções concretas para o clima. Este evento é uma oportunidade de pactuar compromissos globais, a partir do olhar do Sul Global e tendo povos e comunidades tradicionais, indígenas e agricultores familiares como protagonistas da agenda climática”, destaca Fabíola Zerbini, diretora-executiva da Conexsus.
A Declaração Sul–Sul pela Sociobioeconomia como Solução Climática Global reúne organizações que representam uma base social e territorial sem precedentes no campo da ação climática. Entre seus signatários estão a REPALEAC, que articula mais de 200 organizações indígenas e comunitárias da África Central; a COIAB e a UNICAFES, que juntas conectam centenas de povos, comunidades tradicionais e cooperativas da agricultura familiar em todo o Brasil; e a LTKL, rede que une governos distritais de seis províncias da Indonésia comprometidos com o desenvolvimento sustentável de base territorial.
Na Pan-Amazônia e América Central, a iniciativa conta ainda com o engajamento de redes apoiadas por alianças filantrópicas e científicas internacionais, fortalecendo a ponte entre comunidades, academia e políticas públicas no avanço da sociobioeconomia como eixo de mitigação, adaptação e justiça climática.
“Precisamos criar os mecanismos para assegurar o realinhamento entre clima, natureza e finanças. A bioeconomia oferece soluções para garantir que as conexões entre objetivos sócio-ambientes e a produção possam ter métricas e resultados combinados”, afirma Marcelo Behar, Enviado Especial da COP30 para Bioeconomia
Entre os painelistas estiveram presente representantes da Presidência da COP30; da Secretaria de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente; da OTCA; e do World Resources Institute (WRI Africa). O evento contou ainda com painéis moderados por Fabíola Zerbini, Diretora-Executiva da Conexsus, e Marcelo Behar, Enviado Especial da COP 30 para Bioeconomia, reunindo lideranças da Amazônia, África Central e Indonésia.
O evento marca o início da mobilização para Belém–PA, sede da COP30 em 2025, consolidando uma rede de atores do Sul Global comprometida em colocar a sociobioeconomia no centro das negociações climáticas internacionais.
Sobre a Conexsus
O Instituto Conexões Sustentáveis – Conexsus atua na promoção da conexão dos negócios comunitários com os mercados, sejam locais, regionais, nacionais ou internacionais, disponibilizando acesso a investimentos financeiros customizados para apoiar a estruturação dos arranjos comerciais e viabilizar as operações.
Fundada por Gonzalo Muñoz e Nigel Topping, ex-Campeões de Alto Nível da ONU para o Clima, a Ambition Loop trabalha para fortalecer a efetividade dos Acordos Multilaterais Ambientais, conectando atores estatais e não estatais para impulsionar ações transformadoras e coordenadas.
Por meio da Ambition Loop Brasil, a iniciativa atua para ampliar o protagonismo da agenda de bioeconomia — liderada por Marcelo Behar, Enviado Especial para Bioeconomia na COP30, articulando a inovação tropical às demandas globais de soluções para o combate às mudanças climáticas.
