Conexsus e WWF Brasil lançam estudo sobre os riscos e oportunidades para a cadeia produtiva do Baru

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Geração de renda, valorização dos modos de vida e a conservação do Cerrado. Esses são alguns dos benefícios que o aproveitamento sustentável e a comercialização do baru, fruto típico do bioma, proporcionam a todos os agroextrativistas e comunidades. Por isso, para fortalecer a cadeia extrativista do Baru, foi lançada a publicação “Baru: análise de riscos e oportunidades para o desenvolvimento da cadeia”, em versão inglês e português.

A publicação elaborada pelo WWF-Brasil e a Conexsus (Instituto Conexões Sustentáveis), com apoio do Instituto Humanize e da União Europeia, identifica e analisa os principais elementos potenciais de risco associados à cadeia de valor do baru, com foco em ressaltar algumas oportunidades de desenvolvimento.

“Um dos principais objetivos do estudo é analisar os principais desafios e necessidades de melhorias para essa cadeia tão importante e apontar oportunidades para fortalecer o trabalho que é fundamental para os povos do Cerrado na geração de renda, comércio justo e melhorias das condições de vida das comunidades”, Ana Carolina Bauer, analista de conservação do WWF-Brasil.

Além de contribuir para a conservação das áreas nativas usadas para a coleta dessa espécie, o baru apresenta uma diversidade de usos, que vão desde o alimentar ao medicinal, com destaque para a castanha ou semente do fruto.

Como a publicação ressalta, o uso sustentável do Cerrado é uma importante alternativa para promoção da qualidade de vida e economia regional. Nesse sentido, os povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares são protagonistas no uso sustentável dos produtos em equilíbrio com o bioma.

Pedro Frizo, da equipe de Desenvolvimento de Negócios da Conexsus, ressalta a importância das oportunidades de comercialização do baru. “O Baru sempre foi um produto importante para a composição de renda entre os agroextrativistas do Cerrado. Sobretudo nos últimos anos, ele passou a ser extremamente demandado no mercado nacional e, principalmente, no internacional. Neste sentido, o estudo busca compreender quais as limitações e as oportunidades para que esta cadeia de valor, ainda incipiente se comparada a outras da sociobiodiversidade brasileira, esteja estruturada em termos de desenvolvimento econômico e sustentável, especialmente para as comunidades e territórios envolvidos na sua produção”.

A análise foi estruturada em quatro temas principais, ambiental, econômico, governança e social, e foi dividido em critérios e indicadores, com o propósito de identificar riscos socioambientais, onde concentrar esforços para o desenvolvimento e como priorizar o fortalecimento da sustentabilidade socioambiental e econômica da cadeia.

Para acessar a publicação, em português, clique aqui (a versão em inglês pode ser acessada, clicando aqui).

Mais sobre o baru 

Segundo informações do estudo, o baru é o fruto do baruzeiro (nome cientíco Dipteryx alata), árvore nativa do Cerrado. Sua madeira é reconhecida pela resistência e qualidade, tendo ainda propriedades fúngicas. De acordo com dados do SNIF (Serviço Nacional de Informações Florestais), o baru ocorre com maior frequência nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, onde a sua coleta e comercialização é bem difundida. Em menor escala, ocorre nos estados da Bahia, Maranhão, Pará, Piauí, Rondônia, Tocantins e norte de São Paulo. 

A castanha é considerada um superalimento e pode ser consumida in natura ou torrada. Da versão in natura, é possível produzir óleos, farinha, manteiga, tortas e até gerar energia pela queima da casca. Já as castanhas torradas podem ser consumidas diretamente ou indiretamente, utilizadas, por exemplo, na produção de doces como paçoca, pé-de-moleque, rapadura e outras receitas.

Sobre o WWF-Brasil 

O WWF-Brasil é uma ONG brasileira que há 25 anos atua coletivamente com parceiros da sociedade civil, academia, governos e empresas em todo país para combater a degradação socioambiental e defender a vida das pessoas e da natureza. Estamos conectados numa rede interdependente que busca soluções urgentes para a emergência climática.