Como usar as vantagens comparativas, o conhecimento e experiência intrínseca das comunidades e povos da floresta para seu benefício e para um modelo de desenvolvimento econômico sustentável? Como reverter os níveis dramáticos de desmatamento, as mudanças climáticas e a degeneração da biodiversidade? Essas perguntas orientaram o caminho construtivo para o nascimento do Projeto AmazonBeEco: Impulsionando uma Bioeconomia Inclusiva na Pan-Amazônia.
A iniciativa que tem a Conexsus como executora e o Institute for Sustainable Connections (ISC), unidade da Conexsus nos Estados Unidos, como co-executora conta com a parceria do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Fundo Verde para o Clima (GCF), em ações que abrangem seis países: Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. O anúncio do início do Projeto foi feito na quarta-feira (12), em Manaus (AM), durante a Semana da Sustentabilidade do BID Invest 2024, em Manaus (AM).
O objetivo central do Projeto é aumentar a receita de negócios de base comunitária, com impacto socioambiental na região Pan-Amazônica, por meio da criação de redes, formação técnica e desenvolvimento de soluções financeiras, tecnológicas e comerciais inovadoras.
Esse modelo alternativo conhecido como sociobioeconomia amazônica envolve a promoção de cadeias de valor sustentáveis baseadas na conservação da floresta e da biodiversidade, além de priorizar práticas amigáveis com a biodiversidade, como a valorização dos saberes tradicionais, sistema agroflorestal e agricultura em pequena escala. Essas atividades são realizadas por pequenos agricultores, comunidades tradicionais e indígenas, frequentemente organizadas em negócios comunitários, com ênfase no reconhecimento dos saberes tradicionais e na partilha de benefícios coletivos.
O Projeto visa apoiar, durante quatro anos, pelo menos 100 negócios comunitários nos seis países envolvidos, por meio de uma rede Pan-Amazônica de 60 organizações e contribuir para gerar oportunidades de renda para oito mil famílias associadas ou membros de negócios comunitários.
“O BID Lab continua a mobilizar financiamento, conhecimento e conexões para gerar mais e melhores oportunidades para as populações tradicionais da Amazônia e empreendedores, que são atores cruciais para a preservação da biodiversidade, o que está na base do futuro dessa região”, disse Irene Arias, CEO do BID Lab.
A diretora executiva da Conexsus, Barbara Brakarz, destacou que a iniciativa dará impulso à valorização da sociobioeconomia na pan-Amazônia. “Os desafios que a região enfrenta são imensos. Acreditamos que os negócios comunitários sustentáveis são um elemento chave na construção de uma bioeconomia inclusiva que produza benefícios sociais, ambientais e econômicos para as populações locais nos diferentes países e possa contribuir fortemente para dar um valor verdadeiro à floresta”, disse.
A iniciativa será viabilizada por meio do fortalecimento de uma rede de entidades que formarão uma rede Pan-Amazônica de organizações de apoio intermediário. Essas instituições vão atuar juntas para melhorar as condições facilitadoras para que os negócios da sociobioeconomia prosperem. Entre as organizações de apoio intermediário estão incluídas aceleradoras, incubadoras, ONGs e demais organizações disponíveis localmente nos países. Elas serão também beneficiárias secundárias do Projeto.
O AmazonBeEco também pretende fomentar um ambiente favorável onde estejam dadas as condições necessárias para o funcionamento de todo o ecossistema em torno desses negócios, estabelecendo, por exemplo, soluções financeiras, tecnológicas e comerciais inovadoras e escaláveis para impulsionar o potencial da bioeconomia, garantir inclusão social e distribuição equitativa de benefícios para a Pan-Amazônia.