Na última semana, o Fundo Verde para o Clima aprovou o investimento de US$ 9,4 milhões para o projeto na Ilha de Marajó, no Pará, que visa promover sistemas agroflorestais nos municípios de Salvaterra, Cachoeira do Arari e Souré
O Fundo Verde do Clima (GCF) aprovou, no último dia 25, o projeto Marajó Resiliente, que promove a implementação de sistemas agroflorestais diversificados no Marajó, o maior arquipélago flúvio-marítimo do planeta, localizado na Amazônia brasileira. O projeto é realizado em parceria entre a Fundação Avina, a Conexsus e a Belterra.
Os sistemas agroflorestais diversificados desempenham um papel importante frente à crise climática e a sua ampliação na região, em escala, é capaz de gerar um aumento para a segurança alimentar e a resiliência climática de 74 mil marajoaras.
Com o apoio aprovado pelo Fundo Verde do Clima, o projeto busca gerar mecanismos para que os sistemas agroflorestais diversificados possam ampliar-se como solução local de adaptação em um território altamente vulnerável, beneficiando diretamente a resiliência climática dos municípios de Salvaterra, Cachoeira do Arari e Soure, e do território inteiro de forma indireta.
Atualmente, os efeitos das mudanças climáticas são percebidos claramente no arquipélago, por meio dos aumentos extremos das marés, das altas temperaturas e a redução das chuvas, que estão afetando gravemente os meios de vida das populações locais. Os Sistemas Agroflorestais Diversificados são uma solução de adaptação climática que resulta dos conhecimentos e experiências acumulados pelas comunidades no território.
O projeto fornecerá assistência técnica, instalando um sistema de pagamento por resultados, facilitando o acesso a mercados e a crédito, e fortalecendo a governança local. Também buscará instalar 800 hectares de sistemas agroflorestais diversificados e gerar mecanismos de mercado, acesso a crédito e políticas públicas para fortalecer essa solução. A inclusão e fortalecimento de oportunidades para as mulheres e populações tradicionais, assim como o diálogo entre conhecimento tradicional e científico, são aspectos importantes desse projeto.
Para Monika Roper, Diretora de Programas da Conexsus, o Marajó Resiliente é uma oportunidade única de aliar a
expertise de ativação de ecossistemas de negócios comunitários de impacto socioambiental às experiências da Belterra e da Fundación Avina.
“O fortalecimento das cadeias da sociobioeconomia do território, através de ações de desenvolvimento dos negócios comunitários, acesso ao crédito socioambiental e soluções de inteligência de mercado, aliadas às restauração de áreas degradadas e implementação de SAFs, contribuirão diretamente para que os povos e comunidades tradicionais do Marajó possam adaptar-se às mudanças climáticas evidentes desde já”, afirma Monika.