Em solidariedade aos negócios comunitários do Rio Grande do Sul atingidos pelo desastre ambiental entre abril e maio, a Conexsus divulga nesta sexta-feira (12) o diagnóstico “Sistematização dos Impactos Causados pelas enchentes aos Negócios Comunitários” (acesse aqui). A partir dessas informações, a instituição inicia uma mobilização para levantar recursos com o objetivo de oferecer uma linha de crédito emergencial aos negócios comunitários afetados, assim como espera dar suporte aos agricultores familiares da região que necessitam de apoio imediato.
O diagnóstico foi elaborado em parceria com a Federação de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Estado do Rio Grande do Sul (UNICAFES/RS) e com a Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (COCEARGS), contando com a participação de nove negócios comunitários. A amostragem representa 25% da composição total de associados das instituições parceiras e corresponde a 1,3 mil agricultores familiares.
Como já era previsto, o impacto é devastador. O levantamento aponta que 100% dos negócios comunitários sofreram impactos negativos causados pelas fortes chuvas, incluindo danos e condições adversas relacionadas ao plantio, manejo e colheita dos produtos, além das áreas produtivas e estoques armazenados que também foram diretamente afetados.
Para os respondentes, todas as lavouras temporárias e permanentes sofreram danos severos, com destaque às de fruticultura, silvicultura e apicultura. Mas os impactos alcançaram ainda camadas adicionais dos negócios comunitários, comprometendo suas projeções financeiras. Todos afirmaram que a logística de entrega dos seus produtos foi prejudicada e a compra de matéria-prima dos cooperados foi inviabilizada. Além disso, 78% deles tiveram sua capacidade de arcar com custos fixos afetada e 67% estão com os pagamentos de financiamentos contraídos anteriormente comprometidos.
Apesar do comprometimento da saúde financeira dos negócios comunitários, o levantamento mostra que os recursos que eles tinham em caixa foram essenciais para minimizar os impactos sofridos pelos cooperados e até pela população local, já que eles foram utilizados para a coleta e entrega de alimentos dos parceiros e de doações para as famílias desabrigadas, realização de compras emergenciais de estoques, doação de mudas e insumos produtivos para restauração das lavouras, além da promoção da renegociação de dívidas internas com os associados.