Mais de 80 extrativistas de todos os estados produtores de castanha-da-amazônia se reuniram em Manaus, de 23 a 25 de agosto, para o 1º Encontro Nacional de Castanheiras e Castanheiros.
O evento, promovido pelo Coletivo da Castanha e pelo Observatório Castanha-da-Amazônia (OCA), promoveu 3 dias de trocas de experiências, conversas, debates, oficinas, apresentações culturais e reuniões para alinhar a atuação do Coletivo.
A castanha-da-amazônia é um dos principais produtos do extrativismo brasileiro. Estima-se que a sua cadeia de valor envolva mais de 60 mil pessoas de povos e comunidades tradicionais, ao menos 127 organizações comunitárias (sendo 98 associações e 29 cooperativas) e aproximadamente 60 empresas de beneficiamento e comercialização.
A Conexsus é membro do Observatório e participou da programação do encontro com uma oficina sobre financiamento da cadeia da semente, realizada no segundo dia do evento.
“A castanha é um produto muito importante para a sociobiodiversidade da Amazônia, e uma das cadeias mais estratégicas quando falamos da sociobioeconomia, pelo número de povos e comunidades tradicionais que engloba, seu potencial de geração de renda e pelo meio ambiente preservado que a castanheira demanda para produzir suas sementes e prosperar”, defende Pedro Frizo, coordenador de programas socioambientais da Conexsus, e facilitador da oficina.
Para Frizo, participar desta construção é de grande relevância para a organização, promovendo uma oportunidade de escuta e reforçando o seu papel de aliada no fortalecimento do trabalho que essas organizações comunitárias desenvolvem na base da cadeia. “Na oficina, tratamos do tema de financiamento, uma demanda recorrente da base produtiva. Porém, para além deste tema, a Conexsus também está atenta e atuante em outros temas estruturantes para o desenvolvimento dessas organizações, como o desenvolvimento de negócios e o acesso a mercados”, complementa.
Entre os convidados, estiveram representantes do Coletivo da Castanha e organizações comunitárias, OCA, CNS, COIAB, CIR, CPT e ÓSócioBio.
Após 3 dias reunidos, castanheiras e castanheiros da Amazônia publicaram uma carta, onde demandam o reconhecimento e a valorização da atividade.
“Somos mais de 60 mil castanheiras e castanheiros espalhados pela Amazônia. Produzimos mais de 30 mil toneladas de castanha por ano, um mercado que movimenta mais de R$ 2 bilhões no país, e está entre os 3 principais produtos extrativistas da região amazônica”, destaca a carta.
Para ler o documento na íntegra, clique aqui.
O Coletivo da Castanha é uma rede com mais de 100 extrativistas de mais de 50 organizações comunitárias que trabalham com castanha-da-amazônia, cobrindo todos os sete estados produtores. O coletivo realiza o monitoramento participativo de preços das safras de castanha desde 2017 e reuniu presencialmente os participantes pela primeira vez desde sua fundação.
O Coletivo é coordenado pelo Observatório Castanha-da-Amazônia, o OCA, uma rede de organizações que tem como missão produzir conhecimento e inteligência, além de mobilizar os diversos atores da cadeia de valor para consolidar um mercado justo, que valorize os povos, populações e comunidades envolvidas ao mesmo tempo em que promove a conservação da floresta.
Com informações do OCA