Em parceria com o P4F e o Programa de Facilitação do Comércio Brasil-Reino Unido, o diagnóstico avaliou a demanda real ou potencial destes produtos junto ao mercado europeu de alimentos e de cosméticos
Açaí, óleos vegetais, farinhas, frutas tropicais, cacau e cafés especiais são apenas alguns dos produtos da sociobiodiversidade e da agricultura familiar que estão em alta no mercado internacional. A constatação está no relatório Panorama e Oportunidades do Mercado Internacional para Produtos da Sociobiodiversidade, que apresenta um mapeamento das oportunidades de negócios para produtos da sociobiodiversidade brasileira no mercado europeu.
O estudo, desenvolvido pela Conexsus em parceria com o Partnerships For Forest (P4F) e o Programa de Facilitação do Comércio Brasil-Reino Unido, financiado pelo governo britânico, aponta que os negócios de produtos veganos, agroecológicos, orgânicos e sem glúten estão entre aqueles que devem se beneficiar com as tendências de consumo atuais.
O foco do diagnóstico foi avaliar a demanda real ou potencial destes produtos junto ao mercado europeu de alimentos e de cosméticos. No que se refere a estes nichos, os produtos da sociobiodiversidade brasileira podem alavancar o mercado de orgânicos e apoiar a transferência de conhecimento e confiança à estruturação das cadeias produtivas sustentáveis.
Devido a crescente preocupação com o desenvolvimento sustentável, os produtos da sociobiodiversidade brasileira têm se tornado cada vez mais requisitados no mercado europeu.
Na área de produção orgânica, por exemplo, o Brasil vem se consolidando como um grande produtor e exportador de alimentos. Só em 2018, o setor de orgânicos brasileiro faturou R$4 bilhões com as vendas no mercado nacional e internacional.
Alguns produtos brasileiros com grande potencial de exportação são:
Além dos produtos alimentícios, o mercado global de cosméticos naturais e orgânicos teve um crescimento significativo em 2020, sendo avaliado em cerca de 10 bilhões de euros, um aumento de 2,9% em relação a 2019. Dentre os itens com maior poder de exportação estão: os óleos e manteigas para cosméticos, a manteiga de murumuru, o óleo de babaçu, o óleo de buriti e o óleo de pequi.
Apesar das boas perspectivas para os produtos das cadeias de valor associadas aos produtos da sociobiodiversidade, esses negócios ainda enfrentam diferentes desafios para efetivar a sua internacionalização, sendo alguns deles:
Para enfrentar esses gargalos é necessário, segundo o estudo, entre outras ações, estabelecer uma ponte entre produtores da sociobiodiversidade e ativadores de negócios, entender a lógica de trabalho do ecossistema internacional, realizar pesquisas de mercado para cadeias consolidadas e apoiar a certificação de commodities de alta demanda.
O estudo é parte do esforço de projetar e testar soluções que viabilizam as exportações de produtos da sociobiodiversidade brasileira e que promovam a conservação de biomas ameaçados como a Amazônia e o Cerrado (Trilhas para Exportação), e pode ser acessado na íntegra aqui neste link.
Com o objetivo de capacitar negócios comunitários, rurais e florestais, para acessarem mercados éticos internacionais, a Conexsus conta desde 2021 com um programa dedicado à destravar os caminhos para a exportação de produtos da sociobiodiversidade brasileira de pequenos e médios negócios de base comunitária, de diferentes níveis de maturidade e de diversas cadeias.
Em dezembro do mesmo ano, 40 pequenos e médios negócios de base comunitária iniciaram virtualmente mais de 28 horas de capacitação, onde aprenderam sobre preparação, operações e marketing, para aumentar as oportunidades de suas cadeias de valor junto aos mercados internacionais.
Destes, 15 foram selecionados no início de 2022 para uma mentoria individualizada, envolvendo diagnóstico, recomendações e a construção de um plano de ação para a internacionalização da operação dessas organizações.
O Trilhas para Exportação possui apoio do programa Partnerships for Forests e do Programa de Facilitação de Comércio Brasil – Reino Unido, apoiados pelo governo britânico no país e implementados pela consultoria Palladium.