Eventos na Amazônia debatem o futuro crucial da região

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Diálogos Amazônicos, Cúpula da Amazônia e Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias vão reunir líderes mundiais, entidades, agentes públicos e privados para discutir o destino da maior floresta tropical do planeta.

 

Durante o mês de agosto, três eventos de extrema importância para a Amazônia serão realizados na região. Com a presença de lideranças políticas, sociedade civil, especialistas ambientais, acadêmicos e representantes de organizações internacionais, o maior bioma brasileiro estará no centro de debates importantes sobre economia, desenvolvimento social e sustentabilidade global.

Fique por dentro do que vai acontecer: 

Os eventos acontecem nas duas primeiras semanas de agosto. Foto: Reprodução.

  1. Diálogos Amazônicos

Evento que antecede a Cúpula da Amazônia, o Diálogos Amazônicos consiste em uma série de mesas-redondas e debates conduzidos por representantes de comunidades tradicionais, especialistas ambientais, pesquisadores e autoridades políticas. O evento tem como objetivo propor soluções para a complexidade dos problemas enfrentados pela região, como o desmatamento, mudanças climáticas, preservação da biodiversidade e a proteção dos direitos das comunidades tradicionais. A partir dos debates, serão formuladas propostas de políticas públicas para serem apresentadas às lideranças globais que estarão presentes na Cúpula.

O encontro será realizado em Belém-PA e terá uma extensa programação durante os dias 4, 5 e 6 de agosto de 2023. Para participar é preciso se credenciar no site Participa + Brasil. Acesse o link aqui. E para conferir a programação completa,  clique aqui.

Local: Belém-PA, Centro de Convenções Hangar da Amazônia.

Data: 4,5 6 de agosto de 2023.

 

  1. Cúpula da Amazônia 

Promovido pelo governo federal, a Cúpula da Amazônia irá reunir, também em Belém-PA, os chefes de estado da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), lideranças políticas e representantes de organizações nacionais e internacionais. O encontro busca promover a cooperação regional e global para enfrentar os desafios ambientais e socioeconômicos da região. 

Serão discutidas estratégias para o combate ao desmatamento ilegal, expansão de atividades sustentáveis, proteção dos povos tradicionais e incentivos para a preservação de áreas protegidas. O principal objetivo do evento é construir uma posição conjunta que será levada à conferência do clima das Nações Unidas, a COP 28, nos Emirados Árabes, que ocorrerá entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro de 2023. 

Local: Belém-PA, Centro de Convenções Hangar da Amazônia.

Data: 8 e 9 de agosto

 

O mês de agosto é encerrado com o encontro. Foto: Reprodução.

  1. Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias

Realizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), a conferência reunirá empreendedores, pesquisadores, autoridades políticas e representantes de instituições ligadas ao meio ambiente entre os dias 30 de agosto e 01 de setembro de 2023, em Belém-PA.  

O evento discutirá temas voltados para a bioeconomia, mercado de carbono, economia circular, valorização dos serviços ecossistêmicos e criação de cadeias produtivas que promovam o desenvolvimento econômico de comunidades tradicionais na Amazônia. Estarão presentes líderes internacionais como Tony Blair, ex-Primeiro Ministro do Reino Unido, Ban Ki-moon, oitavo secretário geral da ONU, e Ivan Duque, ex-Presidente da Colômbia. 

A conferência tem como principal objetivo gerar um debate qualificado sobre as novas economias na Amazônia e criar uma rede de articulação e apoio para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais. Para saber mais detalhes, acesse o site oficial do evento aqui

Local: Belém-PA

Data: 30, 31 de agosto e 01 de setembro.

Esses três eventos trarão em pauta discussões fundamentais para a conservação da Amazônia e do planeta. Com um olhar voltado para a proteção ambiental, desenvolvimento sustentável e respeito às comunidades tradicionais que habitam a região, os debates e propostas formuladas nesses encontros poderão transformar o futuro da maior floresta tropical do mundo e, consequentemente, contribuir para a proteção do meio ambiente global.

 

ATUALIZAÇÃO

Cúpula e Diálogos Amazônicos trouxeram mais desafios que resoluções sobre o futuro do maior bioma brasileiro.

Países concordaram em evitar o colapso, mas divergiram sobre soluções propostas.

Conexus com informações da Um Só Planeta e Agenda Pública.

Pensados para discutir o futuro da Amazônia e propor soluções viáveis para os problemas do maior bioma brasileiro, os Diálogos Amazônicos e a Cúpula da Amazônia, foram realizados de 4 a 9 de agosto em Belém, capital do Pará. Os dois eventos reuniram políticos internacionais e diversos agentes públicos e privados que ficaram durante quase uma semana debatendo estratégias e soluções para o desmatamento da floresta tropical. No entanto, as divergências sobre as abordagens a serem adotadas emergiu como um desafio significativo.

Durante as deliberações, foram ressaltadas urgências no enfrentamento às crescentes ameaças ao ecossistema amazônico, incluindo o desmatamento, incêndio florestais e mudanças climáticas. Os países concordaram com a necessidade de preservar essa riqueza natural para as futuras gerações, reconhecendo a importância da Amazônia não apenas para o meio ambiente, mas também para a biodiversidade global e equilíbrio climático.

Apesar do comprometimento compartilhado com a preservação, as nações divergiram sobre as melhores estratégias para atingir os objetivos. Questões como desenvolvimento sustentável, exploração de recursos naturais e o papel das populações indígenas foram pontos de discordância. 

Como resultado concreto foi firmada a Declaração de Belém, um documento que, pela primeira vez, estabelece uma agenda unificada para os países da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) e busca a institucionalização de órgãos focados na promoção dos Direitos Humanos. Apesar disso, especialistas levantaram críticas quanto à ausência de medidas de longo prazo definidas, a falta de menções referentes à exploração de petróleo em regiões pertencentes ao bioma e a omissão quanto à origem dos recursos destinados ao fundo da organização.

 

 

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com os chefes de Estado e representantes dos governos dos países signatários da OTCA durante a Cúpula da Amazônia Foto: Ricardo Stuckert

Em meio às reuniões, houve um passo a mais na aliança por florestas tropicais, uma futura cooperação entre Indonésia, Congo e a Pan-Amazônia (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela). A parceria tem a intenção de fortalecer o acordo trilateral que Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo assinaram na última COP, conhecida como “OPEP” ou Aliança das Florestas, para cooperação na agenda ambiental e a proteção de florestas tropicais.

A sociobioeconomia também foi pautada no encontro, segundo o presidente Lula “Hoje, negar a crise climática é apenas insensatez, mas valorizar a floresta não é só manter as árvores em pé. Significa dar dignidade para as quase 50 milhões de pessoas que moram na Amazônia sulamericana’’, na visão do presidente, a solução para isso seria oferecer caminhos sustentáveis de emprego e renda, incluindo a criação de mecanismos financeiros e valorização de povos indígenas e comunidades tradicionais.

Os assuntos debatidos serão levados agora à próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-28, em Dubai, que ocorrerá entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro de 2023. “Nós vamos para a COP-28 com o objetivo de dizer ao mundo rico que se quiserem preservar efetivamente o que existe de floresta, é preciso colocar dinheiro não apenas para cuidar da copa da floresta, mas para cuidar do povo que mora lá embaixo”, afirmou o presidente Lula.