Néctar da Amazônia e Manioca são os primeiros negócios a participar do Laboratório de Investimento da Conexsus

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Ambos foram selecionados em uma rodada de negócios sustentáveis da Amazônia para receber investimentos em 2019

Os investimento foram anunciados durante Fórum em Manaus. Foto: FIINSA

Negócios de impacto socioambiental são empreendimentos que têm em seu DNA o objetivo de gerar esse tipo de impacto – ou seja, que unem propósito e inovação para contribuir para a solução de problemas da sociedade e do meio ambiente – enquanto produzem resultado financeiro de forma sustentável e contribuindo com a comunidade. Prezar pela segurança alimentar, pela inclusão de minorias, pela conservação da biodiversidade e pela cultura das comunidades tradicionais ao mesmo tempo que geram renda são características desses negócios.

Lançado durante o I Fórum sobre Investimento e Negócios Sustentáveis da Amazônia (FIINSA), o Laboratório de Investimento – Negócios de Impacto Socioambiental da Conexsus – Instituto Conexões Sustentáveis já tem seus dois primeiros empreendimentos escolhidos para receber investimentos. O projeto Néctar da Amazônia, do Instituto Peabiru, e a Manioca – Sabores da Amazônia são negócios que geram impacto socioambiental onde estão localizados, na região amazônica.

Coordenado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), parceiro da  Conexsus,o Fórum foi organizado pela PPA – Parceiros pela Amazônia, que tem como missão liderar a construção de soluções inovadoras para o desenvolvimento sustentável na Amazônia junto a empresas e o setor privado. Os empreendimentos selecionados foram convocados, analisados e selecionados em conjunto para receber co-investimentos, por meio da PPA. Também participa do co-investimento a SITAWI Finanças do Bem. A coordenação executiva da plataforma é composta por USAID, CIAT e Idesam. Junto à PPA, são co-organizadores o Impact Hub Manaus e a NESsT, além dos demais parceiros e patrocinadores.

Com esses primeiros investimentos, selados durante rodada de investimentos do Fórum, mas que serão iniciados de fato em 2019, a Conexsus antecipa o ciclo de aprendizado e desenvolvimento sobre novas ferramentas, formatos e veículos de investimento voltados a organizações que geram impacto socioambiental, a fim de estruturar uma agenda mais ampla. “O foco são associações e cooperativas de produtores, além de empresas sociais que geram impacto para a comunidade e o meio ambiente. Ao receberem investimentos podem ampliar esse impacto”, explica o diretor-executivo da Conexsus, Valmir Ortega.

O projeto Néctar da Amazônia busca fortalecer a cadeia de valor do mel de abelhas nativas silvestres em comunidades tradicionais da Amazônia. A iniciativa une a inclusão de mulheres, a geração local de renda, o combate a queimadas e desmatamento, a promoção da conservação da biodiversidade por meio de espécies nativas de abelha e a polinização. O objetivo do investimento é aumentar a escala de produção do mel certificado – o produtor é o primeiro certificado pelo Ministério da Agricultura na Amazônia e envolve comunidades tradicionais –, expansão da comercialização, geração de capital de giro para compra da safra e aprimoramento da estrutura de beneficiamento visando a exportação.

Néctar da Amazônia, projeto do Instituto Peabiru, une a produção de mel de abelhas nativas e a inclusão de mulheres.

A meta é aumentar o envolvimento de mulheres e famílias de agricultores a fim de garantir renda fixa. A coleta do mel acontece uma vez ao ano, por isso é importante a antecipação de receita para que os recursos financeiros cheguem o ano todo para as famílias de produtores. “Além de gerar renda, essa atividade estimula ao mesmo tempo a discussão entre os envolvidos e a criação de consciência sobre o ambiente em que vivem”, comenta o diretor-executivo do Instituto Peabiru, Hermógenes Sá de Oliveira.

Já a Manioca produz alimentos naturais, sem conservantes e corantes utilizando ingredientes da Amazônia com produção artesanal. Por meio de um ciclo de comércio justo, buscam o desenvolvimento da cadeia produtiva amazônica. A empresa gera impacto especialmente sobre as cadeias de agricultura familiar, envolvendo produtores rurais da região e povos tradicionais extrativistas. “O trabalho da Manioca traz um elo fundamental para que o produtor coloque seu produto no mercado com um preço adequado”, comenta Valmir. Um dos clientes da Manioca é o Grupo Pão de Açúcar, por exemplo.

A Manioca é uma empresa que utiliza insumos variados da região amazônica, como açaí, tucupi, jambu e outros. Foto: Manioca

O propósito do investimento da Conexsus é ampliar essa capacidade de compra junto à agricultura familiar, causando mais impacto nas famílias e em cada vez mais agricultores. “Trabalhamos pensando na cadeia como um todo, nos fornecedores, na comunidade envolvida. Nossa ideia é capacitar essas pessoas e incluí-las cada vez mais, gerando crescimento conjunto para a região”, conta o sócio e diretor comercial da Manioca, Paulo Reis.