Hoje existem milhares de associações, cooperativas e pequenos negócios que atuam de maneira sustentável nos biomas brasileiros, gerando receita, trabalho e renda para mais de 4 milhões de pessoas dedicadas à agricultura familiar e ao extrativismo. No entanto, a sobrevivência e continuidade desses negócios comunitários depende, em muitos casos, de estratégias de comercialização mais amplas e de conhecimento de mercado.
Com olhar voltado a esse cenário, a Conexsus criou, em 2019, o Movimento Negócios pela Terra, que veio para propor soluções de comercialização e investimentos que promovam cadeias de valor mais justas para os produtos da agricultura familiar e da biodiversidade brasileira.
Gabriel Leão, gerente de negócios sustentáveis e coordenador do projeto, destaca a importância dessa conexão. “Todos os atores da cadeia de produção são beneficiados. De um lado, temos um aumento exponencial na demanda por produtos da sociobiodiversidade. Do outro, agricultores, extrativistas, ribeirinhos e povos tradicionais que produzem de forma sustentável, mas que têm dificuldade em chegar aos interessados”, comentou.
Uma das ações do Movimento é a publicação Negócios pela Terra: Inteligência de Mercado para Negócios Comunitários, lançada hoje, que traz os números, resultados e indicadores do mapeamento da demanda de empresas potencialmente compradoras de produtos da sociobiodiversidade.
Nessa iniciativa, mais de 80 empresas, de diversos segmentos, participaram do levantamento que buscou entender o que essas organizações privadas demandam em termos de critérios e especificações de insumos e produtos sustentáveis, além de outras dificuldades que impossibilitam arranjos comerciais com os negócios comunitários.
A publicação apresenta ainda um balanço dos volumes demandados e aponta tendências importantes na indústria alimentícia e de bebidas, cosméticos, ativos e ingredientes, além do comércio varejista e moda têxtil. Mais de 80% da demanda concentra-se em cinco cadeias: açaí, grãos diversos, castanhas, hortaliças, leite e derivados. Vale destacar também a grande procura por borracha, algodão e orgânicos.
Gabriel Leão chama atenção para um forte direcionamento no mercado voltado aos novos padrões de consumo consciente, que têm exigido uma cadeia produtiva mais sustentável. “Atuamos como catalisadores de tendências para os negócios comunitários, trazendo soluções inovadoras que conectam quem produz a quem está interessado em comprar”, comentou.
Sendo relevante não só aos negócios comunitários para entenderem melhor o público comprador, a publicação é também direcionada às empresas compradoras e organizações de apoio.
Para 2021, além de potencializar essa atuação em ampliar a participação dos negócios comunitários de impacto socioambiental no mercado privado, está previsto o lançamento da plataforma Negócios pela Terra. Esse ambiente virtual de estímulo a transações comerciais, previsto para ser lançado no primeiro semestre, trará visibilidade aos negócios comunitários, qualificando suas ofertas e possibilitando uma ampliação de mercados, com autonomia.
Para conferir a publicação na íntegra, clique aqui.