Na última semana, a Conexsus esteve em Belém, no Pará, no evento “Destravando o acesso ao crédito para a bioeconomia na Amazônia”. A Mesa Técnica, organizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) em parceria com o governo do estado do Pará, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar (SEAF), da Secretaria Adjunta de Projetos Estratégicos e Bioeconomia vinculada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), com a cooperação técnica da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e o Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) promoveu a discussão de estratégias para destravar o acesso à programas de financiamento pelos agricultores familiares no estado do Pará, no âmbito da bioeconomia.
O evento reuniu especialistas em crédito rural, representantes das três esferas de governo, entidades do terceiro setor, instituições financeiras, além de representantes de agricultores familiares, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
Para Fernando Moretti, Líder do Núcleo CrediAmbiental da Conexsus, a iniciativa é fundamental para impulsionar o desenvolvimento da bioeconomia no estado do Pará: “A gente sabe que o acesso ao crédito para esse público ainda é um grande desafio, principalmente quando falamos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que é a principal política pública de financiamento da agricultura familiar, e esperamos que esse evento contribua efetivamente com encaminhamentos e planejamento de ações a serem trabalhadas nos próximos anos por todos esses atores, alcançando soluções e fazendo com que o crédito seja destravado e chegue lá na ponta, para quem realmente precisa”, destaca.
De acordo com o Secretário de Estado de Agricultura Familiar do Pará, Cássio Alves Pereira, é preciso enfrentar o desafio de promover o acesso ao crédito: “Os extrativistas, os agricultores familiares, os quilombolas querem acessar o crédito. O crédito existe, mas temos esse problema no meio, que é a dificuldade deles em acessar. Vamos trabalhar de forma continuada para derrubar essa barreira e construir a verdadeira sociobioeconomia através da comercialização dos produtos da floresta, que gera renda e melhora a vida das pessoas”, explica.
Para Gracionice Costa, Presidenta da Cooperativa Manejaí e Associação ATAAP (PA), o evento foi muito importante para os trabalhadores. “O nosso trabalho e o nosso objetivo é a preservação e o cuidado ambiental, o zelo pela floresta e pela biodiversidade, trabalhando com o manejo de mínimo impacto dos açaizais nativos, bem como o manejo da floresta e biodiversidade como um todo, mantendo a floresta em pé, mas gerando trabalho e renda, melhorando a qualidade de vida e infraestrutura das famílias. Como guardiões da floresta, como gestores e como co-responsáveis pela vida, seja ela ambiental ou humana, o nosso trabalho e o nosso objetivo é cada vez mais buscar alternativas e tecnologias que possam de fato equilibrar essa harmonia e convivência um com o outro”, afirma.
Segundo José Henrique da Silva – Diretor de Financiamento, Proteção e Apoio à Inclusão Produtiva e Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (MDA), o objetivo de destravar o crédito para a bioeconomia foi alcançado: “Várias soluções foram propostas, agora é colocá-las em prática e monitorá-las para que o crédito rural do Pronaf efetivamente chegue nas mãos dos nossos agricultores familiares, em especial, nesse caso daqueles que estão trabalhando na bioeconomia”, conclui.
