Cooperativa de pescadores está ampliando sua atuação com ajuda da Conexsus
Carutapera fica na divisa do Maranhão com o Pará, a 560 quilômetros da capital São Luís. A cidade está situada na foz do rio Gurupi, presente na rotina de muitos pescadores que começam ali o roteiro, em direção ao mar, para a prática da pesca artesanal da pescada, que abastece os mercados local e da capital.
Nascida em 1999, a Cooperativa de Pescadores Artesanais de Carutapera possui 22 famílias associadas. De acordo com dados do extinto Ministério da Pesca, existem mais de 1 milhão de pescadores artesanais no Brasil. A atividade é caracterizada por uma produção em menor escala, por meio de técnicas tradicionais e de pequenas embarcações, e por apresentar fatores sociais e econômicos importantes para famílias que vivem às margens da costa brasileira e tiram das águas o seu sustento.
O estado do Maranhão possui a maior variação de maré do Brasil e a terceira maior do mundo. O fenômeno, causado pelas características do litoral maranhense, proximidade com a linha do Equador e fases da lua, requer um bom planejamento da pescaria. “Além de uma boa organização, a gente sempre faz uma oração para São Pedro, que é padroeiro da pesca, para não deixar nossos barcos à deriva”, conta José Carlos Diniz, presidente da Coopec.
A Coopec sempre se manteve com a contribuição financeira dos próprios associados e, para se preparar para um aumento de produção, que passa pelo incremento da produção de gelo, pleiteou um financiamento junto à Conexsus, o primeiro obtido pela cooperativa.
Após conseguir, junto ao governo do Estado, a cessão de uma nova fábrica de gelo, o recurso obtido junto Conexsus foi usado para modernizar a infraestrutura necessária para instalação do novo maquinário.
Depois da realização das melhorias, que incluiu o aumento da capacidade do sistema elétrico e hidráulico e instalação da máquina, com a locação de um guindaste, a produção de gelo ficou aquém do esperado, pois um dos componentes, mais precisamente o condensador, não é totalmente compatível com o restante da estrutura.
“Como nós já pagamos o primeiro financiamento, agora estamos vendo com a Conexus se conseguimos acesso a uma nova linha de crédito para comprar um novo condensador e finalmente colocar a máquina de gelo para funcionar em sua total capacidade”, explica José Carlos. Além do recurso financeiro, a cooperativa conta com apoio da Conexsus em aspectos de gestão financeira, como organização do fluxo de caixa, projeções de receitas e despesas.
Assim como em outras atividades de extrativismo, José Carlos desenvolveu o ofício herdado do pai. De uma família de nove irmãos, sendo quatro mulheres, três irmãos continuam trabalhando com a pesca artesanal. Dos quatro filhos de José Carlos, dois desenvolvem atividades ligadas ao mar, mantendo a tradição da família. Sua filha formou-se em Oceanografia e um dos filhos, em Engenharia de Pesca.
Para José Carlos, a Coopec vive um momento de desafio. “Infelizmente, o cooperativismo não é desenvolvido no Nordeste e na área pesqueira ele é quase inexistente. Nós precisamos renovar os nossos quadros e mostrar aos jovens os benefícios do cooperativismo na pesca artesanal para os moradores de Carutapera e de todo o meio ambiente.
Além do investimento financeiro, as finanças de impacto ajudam associações e cooperativas como a Coopec a mudar a maneira como vemos financiamentos e linhas de crédito, contribuindo com ações que dialogam com as reais necessidades da sociedade. Assim, ao tornar o investimento de impacto mais acessível, podemos estimular atividades que ajudem a manter a floresta de pé. Dessa forma, a Conexsus combina produtos e serviços financeiros que oferecem assistência técnica especializada tanto para cooperativas, associações, e micro e pequenas empresas, quanto para pequenos produtores da agricultura familiar e extrativistas, abrindo caminho para sua inclusão sustentável no sistema financeiro.
