Povos indígenas: essenciais para a conservação da floresta e para o equilíbrio do clima

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Entenda a importância deles na manutenção da floresta em pé

No Brasil, a riqueza cultural e ambiental é amplamente influenciada pelos povos indígenas, cuja presença ancestral e conexão com a terra os tornam vitais para a conservação da natureza e o equilíbrio do clima. Segundo o último censo do IBGE, mais de 1,7 milhão de indígenas vivem em todo o território nacional, com uma concentração significativa na região amazônica, uma área de extraordinária biodiversidade.

Os povos indígenas são responsáveis por preservar 80% da biodiversidade mundial, contribuem para a reabilitação de ecossistemas naturais, promovem a produção de colheitas mais sustentáveis e elaboram abordagens agrícolas adaptadas às transformações climáticas. 

Assegurar o bem-estar da população indígena é fundamental para desempenhar um papel essencial na dinâmica do ecossistema de impacto socioambiental, uma vez que são os territórios habitados por esses grupos que se destacam como principais guardiões da biodiversidade global.

A Conexsus tem construído ao longo dos anos uma forte parceria com cooperativas indígenas nos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia. Atualmente, atuamos com 6 cooperativas indígenas. As iniciativas têm demonstrado um impacto positivo na promoção da sustentabilidade e no empoderamento dos negócios comunitários dessas comunidades.

 

Conheça quais são essas cooperativas parceiras e suas fontes de produção:

 

Pará: conexões que preservam

O Consórcio dos Produtores Sateré-Mawé, na Terra Indígena Andirá-Marau possui 19.000 pessoas, sendo 400 famílias associadas ao consórcio. É uma referência no cultivo de produtos como guaraná, pau rosa, copaíba, mirantã, cumaru, ipê roxo e unha de gato. Esses produtos não apenas sustentam as comunidades, mas também promovem a preservação das tradições culturais.

Os Sateré-Mawé são considerados os guardiões do guaraná nativo, mantém técnicas tradicionais de cultivo e, em 2020, obtiveram a Denominação de Origem para o guaraná produzido na Terra Indígena.

O Coletivo Poy Munduruku, situado em Jacareacanga – Alto Tapajós, possui 250 pessoas e é responsável pelo cultivo da castanha-do-Brasil e copaíba, demonstrando como é possível aliar desenvolvimento econômico com respeito à natureza. Durante a reunião sobre a “avaliação da safra da castanha”, o cacique Ademir Kabá Munduruku fez a seguinte reflexão “Na cosmologia Munduruku, o produto da floresta não é para gerar renda, o foco principal é a valorização da nossa identidade, cultura e principalmente a proteção do nosso território contra o garimpo, o lucro é consequência. O lucro não é mais importante que a vida.

A Associação Wakoborun de mulheres munduruku, também localizada em Jacareacanga, possui 56 mulheres e contribui para a preservação da cultura e do ambiente por meio do artesanato e biojóias, promovendo a valorização dos saberes tradicionais. A atividade indígena dessa comunidade é fortemente em defesa da vida e luta contra a ameaça do garimpo ilegal.  

O Coletivo Kumaruara de Vista Alegre do Capixauã em Santarém – Baixo Tapajós, foca no turismo como uma forma sustentável de desenvolvimento, permitindo que os visitantes conheçam a riqueza cultural e natural da região.

A AMPRAVAT – Associação de Moradores Agroextrativistas e indígenas do Tapajós em Santarém (Resex Tapajós Arapiuns) desempenha um papel crucial na produção de tucupi preto, cogumelo nativo (urupé) e geleias de frutas, promovendo a preservação da biodiversidade local. 

Roraima e Mato Grosso: Modelos de Cooperação

A Cooperativa de Produção do Povo Indígena Paiter Suruí na Terra Indígena Sete de Setembro, atua na produção de castanha-do-Brasil, café sustentável, banana, açaí e cacau, mostrando como é possível equilibrar a atividade econômica com a preservação ambiental. A COOPAITER foi a primeira cooperativa indígena em Rondônia a receber o Selo Nacional da Agricultura Familiar (Senaf) em 2021. Com isso, foi permitida a comercialização dos produtos em todo território nacional e também para exportação. Para rastrear a origem, é utilizado um código QR com a numeração de cada produto.

A Associação Kawaiwete, em Juara – Mato Grosso -, também concentra esforços na produção de castanha-do-Brasil, destacando a importância de trazer sustentabilidade econômica para as comunidades indígenas.

Protegendo a Biodiversidade e a Cultura

Incluir os povos originários como públicos beneficiários da Conexsus é uma estratégia fundamental para fomentar o ecossistema de negócios de impacto socioambiental e, dessa forma, contribuir com o cumprimento da nossa missão. Os povos indígenas desempenham um papel crucial na proteção da biodiversidade global. A rica conexão entre essas comunidades e seus territórios tradicionais resulta em práticas de conservação ancestral, mantendo a floresta em pé e contribuindo para o equilíbrio climático.

A atuação da Conexsus começa com a identificação das fragilidades presentes em cada empreendimento. Em seguida, são elaboradas abordagens de crescimento que são ajustadas de acordo com as características particulares de cada comunidade indígena, adaptando abordagens e métodos conforme a necessidade.

Por meio desse processo, são viabilizados acessos a financiamentos e fornecido um acompanhamento econômico com o objetivo de criar mais sustentabilidade às cadeias produtivas. Na prática, são desenvolvidas estratégias sustentáveis de crescimento, capacitação com os negócios comunitários e orientações de acesso ao crédito de iniciativas públicas. Dessa forma, é promovido o empoderamento das cooperativas de comunidades indígenas, fortalecendo a preservação de suas culturas e territórios.

O Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto, é uma oportunidade para reconhecer e homenagear a rica contribuição dessas comunidades para a sociedade e para o meio ambiente.