Produtores de Cacau do Pará recebem prêmio de melhor amêndoa do mundo na Holanda

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Míriam, 36 anos, é moradora da Zona Rural do município desde os dois anos de idade e conta que há quatro anos começou a trabalhar com cacau enxertado e fermentado.

No começo do mês de fevereiro, a produtora Míriam Federicci Vieira, de Medicilândia, região este do Pará, esteve em Amsterdã, na Holanda, para participar da premiação Cocoa of Excellence Awards (Cacau de Excelência), que destaca a excelência dos produtores de cacau em termos de qualidade e diversidade de sabores, e faturou a medalha de ouro na competição.

O Cocoa Award acontece a cada dois anos e reúne especialistas em avaliação sensorial e representantes da indústria do chocolate para julgar as amêndoas. Em 2024, a mostra reuniu cerca de 222 amostras de grãos de cacau de 52 países.

Míriam, 36 anos, é moradora da Zona Rural do município desde os dois anos de idade e conta que há quatro anos começou a trabalhar com cacau enxertado e fermentado. Ela explica que esse é um processo muito mais trabalhoso, mas prazeroso: “Aqui a nossa rotina do cacau sempre foi bastante puxada, porque a gente não tem meeiros. É sempre essa correria, levantar cedo e dormir tarde, mas é bem prazeroso. É uma vida que eu não troco por nada, morando aqui na zona rural. ”

A produtora conta que, pela primeira vez, em 2022, se inscreveu no concurso nacional de melhor amêndoa do Brasil, e garantiu o segundo lugar na competição. O mesmo aconteceu na competição nacional de 2023. A participação nas competições nacionais foi o que abriu a vaga para concorrer ao prêmio internacional. “A premiação agora de fevereiro, em Amsterdam, foi a primeira vez que a gente participou do Internacional e já conseguimos trazer o ouro. Mas, no caso, essa é a terceira premiação que recebemos por conta da qualidade do cacau. Temos dois segundos lugares do Nacional e agora o ouro Internacional”, comemora.

Para Míriam, a conquista é o reflexo de muito trabalho duro e dedicação na produção do cacau: “O sentimento é de dever cumprido, né? E receber esse reconhecimento mostra que estamos no caminho certo. Que a gente, mesmo sendo pequeno, fazendo parte da agricultura familiar, não importa o pouco e o muito, mas sendo feito com qualidade, ele tem um grande reconhecimento”.

Míriam espera que a vitória na competição seja uma oportunidade de expandir o negócio, abrindo portas e conquistando espaço no mercado. “Esperamos que com os prêmios e a comprovação da qualidade do nosso produto, aumente a procura pelo cacau fermentado. Já recebemos propostas de interesses de outros estados, mas como não está no tempo da safra e não temos cacau à pronta entrega, ainda não conseguimos enviar as amostras para as pessoas. Mas, assim que possível, vamos mandar as amostras e buscar novos mercados”.

Assessoria Conexsus

Miriam é associada à Coopatrans, Cooperativa assessorada pela Conexsus desde 2020. Nesse tempo, a Conexsus ajudou a cooperativa a estabelecer parte da comercialização, finanças, e auxílio da gestão organizacional, impulsionando a comercialização e a produção do cacau.

Além disso, a Conexsus ajuda a cooperativa a acessar o crédito de capital de giro, auxiliando a utilização do crédito para a compra da matéria-prima. Dessa forma, a cooperativa não precisa esperar para comprar, processar ou vender o cacau.