Laboratório de Investimento da Conexsus: primeiros passos

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Com o objetivo de criar novas experiências e modelos, projeto é voltado ao desenvolvimento de negócios de impacto socioambiental

Entre as metas do Laboratório de Investimento – Negócios de Impacto Socioambiental, da Conexsus – Instituto Conexões Sustentáveis, lançado em novembro, estão o desenvolvimento de novos formatos de acesso a investimento para negócios socioambientais, novas formas de captar recursos e a criação de fundos de investimento em iniciativas produtivas de impacto socioambiental.

“Essa primeira experiência será um instrumento para construir um fundo mais amplo a partir dos primeiros protótipos testados agora. O recurso capitalizado visa um horizonte de investimento em diferentes organizações por volta de três anos”, explica a diretora de operações da Conexsus, Carina Pimenta.

Entre os dias 13 e 14 de novembro o novo projeto começou a dar passos mais firmes. Lançado em Manaus (AM) durante o I Fórum sobre Investimentos e Negócios Sustentáveis da Amazônia (FIINSA), o laboratório selecionou durante o evento os dois primeiros empreendimentos que receberão investimentos. Coordenado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) – parceiro da  Conexsus – o Fórum é organizado pela PPA – Parceiros pela Amazônia, que tem como missão liderar a construção de soluções inovadoras para o desenvolvimento sustentável na Amazônia junto a empresas e o setor privado.

Os empreendimentos selecionados foram convocados, analisados e selecionados em conjunto para receber co-investimentos, por meio da PPA. A coordenação executiva da plataforma é composta por USAID, CIAT e Idesam. Também participa do co-investimento a SITAWI Finanças do Bem. Junto à PPA, são co-organizadores o Impact Hub Manaus e a NESsT, além dos demais parceiros e patrocinadores.

Com o início dos trabalhos, a Conexsus antecipa um ciclo de aprendizado e desenvolvimento sobre novas ferramentas, formatos e veículos de investimento voltados a organizações que geram impacto socioambiental, início da construção de uma agenda a longo prazo. O foco dos investimentos serão não apenas associações e cooperativas de produtores, mas também empresas e microempresas sociais que geram impacto para comunidades e para o meio ambiente.

É o caso das duas primeiras iniciativas elencadas para o Laboratório: a Manioca – Sabores da Amazônia, que produz alimentos com ingredientes amazônicos de forma natural e artesanal e pratica o Comércio Justo; e o Néctar da Amazônia, do Instituto Peabiru, que une a geração de renda local para famílias de agricultores familiares – em especial mulheres – com a conservação da biodiversidade por meio da produção de mel de abelhas nativas. Tanto o objetivo como a forma de investimento nos dois negócios são diferentes entre si, espelhando o que acontecerá no Laboratório daqui para frente.

Tanto a escolha das iniciativas quanto o investimento nelas é resultado de um trabalho conjunto entre a Plataforma de Parceiros pela Amazônia (PPA), USAID, CIAT e Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). Esses atores convocaram, selecionaram e co-investiram por meio da Chamada de Negócios da PPA realizada no FIINSA, que foi organizado pelos mesmos.

Néctar da Amazônia e Manioca são os primeiros empreendimentos a receber investimento do laboratório. Foto: Juliana Vitulskis

A injeção do recurso e seu uso serão modelados conforme a necessidade de cada negócio, seja para ampliar a produção e a escalabilidade, avançar na comercialização com canais alternativos ou no envolvimento de mais produtores. Porém, o foco sempre será o recebimento dos investimentos pelos negócios para ampliar o impacto que eles já geram.

O diretor-executivo da Conexsus, Valmir Ortega, afirma que a ideia é trabalhar em duas frentes: uma é levantar fundos e criar veículos de investimento; a outra é mapear os beneficiários, empresas e organizações que receberão os investimentos. “Estes que efetivamente são os atores nesse arranjo de fomento ao desenvolvimento de negócios socioambientais no nicho em que queremos gerar impacto, ou seja, no meio rural, nas organizações de base comunitária com foco significativo na conservação de ecossistemas ameaçados”, detalha.

Faz parte desse arranjo, que ganha forma no primeiro investimento prático da Conexsus, o Desafio Conexsus. A iniciativa mapeou os beneficiários para os investimentos de impacto socioambiental, além de realizar diagnósticos e promover ações e oportunidades de desenvolvimento desse perfil de negócio, com o objetivo de criar condições para que esses formatos de investimento possam ser replicados em maior escala no futuro.