Do polo do açaí para todo o Brasil: Cooperativa do Baixo Tocantins expande seu negócio após ciclo de desenvolvimento

Voltar para Notícias

Diretamente do polo do açaí, região que contempla 10 municípios do Baixo Tocantins (PA), a CAEPIM (Cooperativa Agrícola dos Empreendedores Populares de Igarapé-Miri) foi uma das 15 organizações que participaram do ciclo de desenvolvimento da Conexsus, que contou com oficinas de modelagem de negócios e planos de ação para fortalecer os negócios comunitários na região, trazendo melhorias em muitos aspectos para os empreendimentos

A cooperativa existe desde 2005 e engloba cerca de 110 famílias, além das associações extrativistas que fornecem o produto para ela, funcionando como uma central informal que agrega diversos pequenos produtores.

Presente na região conhecida como polo do açaí, a comercialização do açaí tuíra in natura é o principal produto da CAEPIM e, até então, era vendido somente a nível estadual por meio de atravessador, a um preço abaixo do mercado. 

 

Aprendizados da jornada

Ano passado, a CAEPIM participou do ciclo de desenvolvimento, que conseguiu ampliar a ação da cooperativa, melhorar a produção e internalizar todos os processos para ficarem ainda mais disponíveis para o mercado. 

Durante o ciclo, realizaram um estudo de mercado, com consultoria para possíveis compradores de açaí e a organização passou por um curso de comunicação e marketing, para por a venda também a polpa de açaí. 

A Conexus fez a ponte entre a cooperativa e possíveis compradores de grande porte. Assim, a CAEPIM encontrou uma forma de comercializar o açaí na safra do fruto, recebendo pelo valor integral do produto. 

Além disso, a assessoria direcionada ao acesso a crédito contribuiu para o potencial aumento de produção para poderem atender mais clientes. Como resultado, a cooperativa deixou de ser refém de um único comprador local, que pagava um valor que ele mesmo taxava, para compradores maiores, dispostos a pagar o valor do dia da safra.

Isso acontecia porque as cooperativas às vezes ficam limitadas ao território e contratos públicos. Ao conseguir mais opções de vendas, conseguem ter menos perdas de produção, possibilitando até mesmo ter mais variedade de produtos. 

A CAEPIM hoje encontrou um novo comprador de grande porte, que se mostrou muito satisfeito com a qualidade não só do produto, mas da cooperativa. A organização conta com um dos melhores tipos de açaí do Brasil, o que potencializa a ascensão da cooperativa a vendas nível nacional. 

Além da comercialização, a CAEPIM conseguiu estruturar a organização e conseguir fechar o caixa do mês e visar o crescimento exponencial da cooperativa. Givanildo de Jesus, gestor da cooperativa, comenta que após o ciclo conseguiram ver novos horizontes e organizar a marca da cooperativa, o que possibilita a venda do produto tanto dentro do município quanto para todo o estado. 

Para o futuro, Andrelina Bastos, secretária geral, compartilha que a cooperativa vislumbra aumentar a estrutura, contratar mais pessoas e ter sua própria agroindústria. 

 

Ciclo de desenvolvimento

O ciclo de desenvolvimento de negócios comunitários sustentáveis do Baixo Tocantins contou com a participação de 15 cooperativas e associações de Cametá, Mocajubá, Baião, Barcarena, Mojú, Igarapé-Mirim e Abaetetuba.

O projeto, segundo em desenvolvimento atualmente no estado, aconteceu em parceria com a Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC).

As associações participaram de encontros imersivos de modelagem facilitados pela Social Brasilis, negócio social que desenvolve programas educacionais mediados por plataformas virtuais de aprendizagem.

Todos os assuntos abordados, como Mercado e Posicionamento, Canais e Entrega de Valor, Receitas e Valor ao Negócio, Viabilidade e Gestão e Resultados e Impacto, tiveram como objetivo trazer mais autonomia e independência às associações para se desenvolverem e expandirem seus negócios de dentro para fora.