Nos dias 29 e 30 de julho, Montes Claros (MG) foi palco da Primeira Oficina de Mapeamento de Ecossistema de Negócios Comunitários do Cerrado, reunindo lideranças comunitárias, associações, cooperativas e organizações parceiras para construir, de forma colaborativa, um diagnóstico dos desafio e das oportunidades de fortalecimento da sociobioeconomia no território.
A atividade integra a iniciativa Conexão Cerrado, desenvolvida pela Conexsus com o apoio do Fundo Vale e da Climate and Land Use Alliance (CLUA), e em parceria com instituições como Grande Sertão, Central do Cerrado e Núcleo do Pequi. O encontro faz parte de uma agenda mais ampla de fortalecimento da sociobioeconomia nos biomas brasileiros, com foco na estruturação de redes locais e regionais de negócios comunitários sustentáveis.
Realizada na Área de Formação e Experimentação em Agroecologia (AEFA), no distrito de Riacho dos Campos, a oficina foi guiada por três pilares: escuta ativa, troca de experiências e construção de estratégias conjuntas.
“Esta é uma etapa fundamental para mapearmos os principais desafios enfrentados pelos negócios comunitários no acesso a serviços estruturantes, entender os serviços ofertados e não concedidos pelos atores do território, com vistas a fomentar as conexões para a oferta de soluções estratégicas para o desenvolvimento das associações e cooperativas e o fortalecimento da sociobieconomia local e regional sustentável”, destacou a equipe da Conexsus responsável pela mobilização regional.
Durante dois dias de programação, dinâmicas e rodas de conversa possibilitaram a identificação de dificuldades comuns, soluções possíveis e parcerias estratégicas para impulsionar os negócios comunitários.
Esse mapeamento analisou o acesso ou a falta de acesso a 10 serviços e soluções essenciais: articulação social de base; assessoria e capacitação em gestão; assessoria jurídica; assistência técnica à produção; contabilidade; financiamento; processamento e beneficiamento; serviços e soluções comerciais; serviços e soluções de marketing; e soluções logísticas.
Além disso, foram identificadas as relações existentes entre negócios comunitários e instituições que oferecem serviços importantes ao funcionamento de cooperativas e associações, bem como informações sobre cadeias produtivas, tempo de existência, número de associados, participação de mulheres e jovens na liderança, faturamento, produtos e canais de comercialização.
Segundo Loyanne Feitosa, Coordenadora do Programa de Ativação de Ecossistemas Regionais de Negócios Comunitários, o trabalho já começa a gerar resultados:
“Realizar o mapeamento a partir da escuta ativa e percepção dos representantes dos negócios comunitários de maneira genuína foi fundamental para identificarmos os desafios relacionados aos 10 serviços prioritários, mas também oportunidades de trocas, redes de cooperação e instituições e atores do ecossistema que podem oferecer esses serviços. Levantar este tipo de informação é importante para articular uma rede de ativação que promova soluções para fortalecer as organizações aqui do Cerrado.”
Para Valnei Soares Costa, gestor voluntário da Coppe Riachão, cooperativa localizada na zona rural de Mirabela (MG) e atuante há mais de 20 anos com o beneficiamento do coquinho macaúba, participar da oficina foi uma oportunidade estratégica:
“As oficinas para a gente são muito importantes porque a gente faz uma espécie de diagnóstico do que precisa melhorar, aprende muito com outras pessoas que fazem parte e vê a experiência delas. Acabamos usando muitos aspectos discutidos aqui para aplicar na nossa cooperativa.”
Entre os principais resultados alcançados, destacam-se:
A Oficina de Mapeamento marca o início de um processo contínuo de conexão e colaboração entre diferentes atores do ecossistema de negócios comunitários no Cerrado. Contou a participação dos seguintes negócios comunitários: ASSUSBAC, Central do Cerrado, COOPAAB, COOPANORTE, COOPAV, COOPERUAÇU, COOPERRIACHÃO, COOPSERTÃO VEREDAS, Grande Sertão, Mulheres do Cerrado, Núcleo do Pequi e Sementes do Paraíso.
Essas interações são essenciais para plantar as sementes de soluções coletivas que podem transformar o cenário local, gerando impacto social, econômico e ambiental.
A Conexsus segue fortalecendo a sociobioeconomia nos biomas brasileiros por meio da articulação de redes, oferta de soluções estruturantes e incentivo a práticas sustentáveis.