Em caravana itinerante, Conexão Marajó promove intercâmbio de experiências sobre negócios comunitários no nordeste paraense

Voltar para Notícias

A ação oportunizou a interação e troca de conhecimento entre 7 organizações da Ilha de Marajó com negócios comunitários de municípios como Cametá e Tomé-Açu

O projeto Conexão Marajó, iniciativa da Conexsus que tem como objetivo o fortalecimento organizacional e a autonomia dos negócios comunitários do território, botou o pé na estrada e levou na caravana 7 organizações de Afuá (PA) para intercâmbio de conhecimento e experiências com negócios comunitários do nordeste paraense. 

Habitado principalmente por povos e comunidades tradicionais (ribeirinhos, extrativistas e quilombolas), o Arquipélago tem um enorme potencial de desenvolvimento e crescimento, mas convive historicamente com uma realidade de muitas dificuldades territoriais, sociais e ambientais.

A expedição aconteceu no fim de abril, entre os dias 17 e 21. E contou com a parceria local do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores e Agricultoras Familiares de Afuá (STTR – Afuá).

Ao todo, o grupo percorreu mais de 500 km entre Belém, capital do Pará, e o nordeste do estado, visitando municípios como Cametá, Igarapé-Miri e Tomé-Açu, para conhecer de perto a experiência de negócios comunitários da região e aprender com as suas trajetórias.

O grupo percorreu mais de 500 km entre Belém, capital do Pará, e o nordeste do estado, para conhecer de perto a experiência de negócios comunitários

“As organizações comunitárias puderam conhecer experiências de cooperativas e associações em diferentes níveis de maturidade, atuantes em diversas cadeias, e entender como elas se constituíram e se mobilizaram para superar desafios de organização, produção, venda e comercialização, por exemplo”, esclarece Loyanne Feitosa, do time de Desenvolvimento de Negócios Comunitários da Conexsus. 

Segundo ela, as organizações que participam da iniciativa foram criadas com finalidade fundiária, e ainda não são negócios comunitários com finalidade de venda coletiva dos produtos da sociobiodiversidade. Diante disso, “o trabalho da iniciativa se concentra em criar um ambiente onde de maneira autônoma, e a partir do desenvolvimento de seus modelos de negócio, eles consigam se organizar coletivamente para a venda”, complementa Loyanne.

As organizações comunitárias puderam conhecer experiências de cooperativas e associações em diferentes níveis de maturidade e atuantes em diversas cadeias

Em Cametá, fizeram parte do itinerário visitas à Cooperativa Agrícola Resistência de Cametá (CART) e à Associação das Mulheres Agroextrativistas da Comunidade de Ajó (AMA). Já em Igarapé-Miri, foi a vez de conhecer a Cooperativa Agrícola dos Empreendedores Populares de Igarapé-Miri (CAEPIM). E em Tomé-Açu, a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA). 

“O intercâmbio foi muito proveitoso para nós. Não só conseguimos novos conhecimentos, como pudemos ver de perto o trabalho de cooperativas e conhecer a sua trajetória”, avalia José Maria dos Santos, presidente do STTR – Afuá. “Temos nos reunido em Afuá e discutido o que queremos para a criação de uma cooperativa, e a Conexsus tem sido uma parceira valiosa para nos ajudar nesse processo”, finaliza.

A expedição encerrou a sua jornada na capital paraense, Belém, onde os participantes puderam conversar sobre os conhecimentos adquiridos – a partir de uma dinâmica de identificação de problemas e soluções mobilizadas pelos empreendimentos visitados – e avaliar a experiência. Ao final, foi construído um plano de ação coletivo que inclui a socialização das informações para as organizações que não participaram do intercâmbio, assim como identificação de lideranças interessadas em constituir o negócio comunitário.

Em Belém, participantes se reúnem ao final da expedição para conversar sobre os conhecimentos adquiridos e avaliar a experiência

Além do intercâmbio, que faz parte do ciclo de desenvolvimento de negócios iniciado pelo projeto em 2022, o Conexão Marajó também promoveu em março deste ano uma oficina de organização para vendas coletivas em Afuá. E esteve em Macapá (AP), no mesmo ano de seu início, para uma oficina de cocriação comunitária.

Todas as atividades da iniciativa contam com o apoio da Fundação Ford e da Climate and Land Use Alliance (Aliança Clima e Uso da Terra, em tradução literal para o português), também conhecida como CLUA.